A arte de esculpir os cabelos merece um lugar propício à criatividade e serenidade. E é precisamente isto que encontramos no espaço de Eugénio Violante, no centro de Lisboa: um ambiente de agradável cheiro a incenso e melodias tranquilas onde o cabeleireiro combina as melhores técnicas com as tendências do momento.
“Tenho 35 anos de profissão e tenho muitos momentos marcantes, mas o principal aconteceu já eu era jovem cabeleireiro, com 22 anos. Achava que me faltava algo e resolvi ir até França, onde fiquei um ano e fiz o curso de especialista em corte. Depois voltei para Portugal e sempre trabalhei nas grandes casas até abrir o meu próprio salão há já 14 anos”, conta o profissional à BEAUTYLAND®.





Credenciado em corte pelo método de sistema inteligente de combinação de tesouras VERN, Eugénio Violante confessa que se apaixonou por este sistema, que consiste em oito tesouras que se encaixam entre elas, durante um seminário que fez na Ásia pois percebeu que lhe permitia fazer várias combinações. “Trabalho com estas tesouras, mas também com uma tesoura japonesa que me permite executar todas as técnicas avançadas. As tesouras japonesas são as melhores que existem no mercado. Hoje em dia quando dou formação aconselho as pessoas a trabalharem com elas. Isto porque estas tesouras têm um fio especial, são feitas em aço e são afiadas como as navalhas à antiga, permitindo fazer técnicas com perfeição desde o slicing ao cutting point ou ao corte clássico”, explica.
 

Segundo Eugénio Violante, o Clube Artístico dos Cabeleireiros de Portugal é “uma associação com 67 anos e um histórico muito valioso”. Sendo membro do Clube há mais de uma década, o profissional sublinha que tem “lutado ao longo dos anos” para que este continue a existir visto que “é, sem dúvida, uma mais valia” para a profissão. “Fui diretor artístico durante muitos anos e neste momento sou diretor de formação, uma área que gosto muito. Como gosto de receber também gosto de dar. Já dei formação para algumas marcas e se houver algumas marcas que me queiram contratar como freelancer isso pode acontecer como já aconteceu”, afirma.





Falando em formação, Eugénio Violante destaca o valor que esta tem para o progresso dos profissionais na área: “Aconselho sempre a formação contínua. Eu próprio vou ao estrageiro, faço essas formações, depois dou formação cá em Portugal e estou sempre à procura de mais. Hoje em dia, para além de existirem leis que dizem que devemos ter mais de 35 horas de formação, o que muitos se esquecem, é importante haver uma atualização constante”, sublinha. “Apesar de sermos bons cabeleireiros, há sempres técnicas novas, truques novos, e temos sempre de fazer um refresh na nossa cabeça para sabermos o que é que podemos aconselhar aos nossos clientes”, acrescenta.

As ideias criativas para preformar a arte de esculpir os cabelos chegam a Eugénio Violante através de várias fontes. “Vou buscar as minhas inspirações nas formações, nos shows internacionais e por vezes na rua mesmo. Às vezes sento-me num local onde passa muita gente e fico simplesmente a observar, adoro observar, ver as pessoas e várias coisas”, conta.


Cabelo messy em grande força
 

A conversa com Eugénio Violante não podia terminar sem sabermos quais serão as tendências para 2018 segundo o especialista em cabelos. Assim, no panorama atual em que as mulheres são muito exigentes e versáteis, querem penteados diferentes para ir a uma festa, ao ginásio ou a uma reunião de executivos, a aposta é em cabelos desarranjados ou que parecem despenteados.





“O messy continua em grande força, os cabelos ondulados estão a voltar, as pessoas têm cada vez menos tempo para se arranjarem então as tendências vão de encontro ao que as pessoas querem”, diz o entrevistado. E continua: “Ao lançar-se uma tendência há uma pesquisa de rua e sobre o que é que se passa de uma forma geral e a tendência é a dos cabelos naturais, com algum movimento, já não é dos cabelos muito lisos ou frisados. É um cabelo que seja versátil e que dê para fazer os penteados consoante as necessidades que a mulher tem”.